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Foto do escritorLevi Castro

Resenha - Série: Mr. Robot (2015 - 2019)

Mr. Robot uma série feita para muitos e aderida para poucos, ou mais especificamente uma obra para se contemplar e não um entretenimento para se viciar, embora a trama em muitos momentos prenda o espectador, possui muitas cenas de separação da trama principal, como também episódios inteiros de alternação da realidade e isso por vezes pode entediar o espectador que não estiver aberto a exercitar o pensamento.

Sim, a série pode se dizer que é louca ou para loucos, mas mais inteiramente retrata a loucura do protagonista Elliot Alderson e esta mesma loucura de um ponto de vista profundo, é um exercício de sanidade mediante a condição do visionário jovem Elliot que parece em muitas vezes estar disperso do presente, mas, na verdade, ele está enxergando a todo o tempo o que está acontecendo a sua volta, numa perspectiva a frente e distante do seu tempo. Sua dispersão e dissociação de realidade é um refúgio para viver suas fantasias criadas por ele mesmo, especificamente a fuga da sua dolorosa realidade.

A obra do criador Sam Esmail segue a linha drama, suspense tecnológico e psicológico se mantendo o mais próximo da realidade possível e isso enriquece, assusta, incomoda e tedia por vezes, visto que o padrão da grande parte das produções de entretenimento foge da realidade a ponto de não seguir os pés no chão, para tão somente entreter no sentido simples da palavra, mas mr.robot sai disso, porque segue um compromisso de não somente entreter e isso a diferencia das outras séries comuns superestimadas. Porque a obra pode assim se chamar, pois se compara à outras grandes obras justamente por ter o compromisso de trazer mensagens implícitas outras estampadas como tapas na cara do espectador. Dentro de suas características estão seus tons artísticos para intrigar e dar beleza no desenrolar da trama, sua variedade de referências culturais seja do cinema, da música e até da literatura que encantam e mostra o repertório de cultura e humildade do criador em unificar sua obra sem deixar de reverenciar fragmentos da cultura artística, em geral.

O contexto a primeira vista segue a linha de uma visão política anarquista que visa combater os males do capitalismo, com dois extremos opostos: o lado benéfico que contém um grupo de hackers liderado por Elliot que desejam aplicar uma revolução, e o lado antagônico os que brincam de Deuses sem permissão a qual Elliot denota, mas são simplificados num dos maiores conglomerados do mundo a E Corp, corporação a qual Elliot deseja aplicar sua revolução, hackeando seu banco de dados, retirando assim todas as dívidas que acorrentam a população num ciclo infinito e ao mesmo tempo quebrando uma das potências do sistema capitalista. Porém, conforme o desenvolvimento ocorre, o lado antagônico se expande e o lado benéfico diminui, nisto a série tenta transmitir a ampla e complexa realidade do mundo como ele realmente é com os porquês dos problemas e suas conjecturas sociais, simplificando que as coisas estão muito além da esfera que podemos enxergar.

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