Quase 18 é um daqueles filmes que surpreende, quando você imagina que à primeira vista verá apenas uma comédia romântica ou um drama adolescente qualquer. Porém, se trata de um filme bem profundo e particular em sua proposta. Onde o espectador pode captar muitas mensagens e tirar lições para sua vida.
A trama gira em torna da vida de Nadine, uma adolescente solitária e cheia de conflitos internos. Esses conflitos se intensificam, a partir do momento que sua única e melhor amiga começa a namorar seu irmão, no qual ela não tem uma boa relação.
O longa se inicia em uma cena de desespero por parte da protagonista onde ela diz pro seu professor que irá se matar. Mas logo em seguida há um salto temporal para o passado, onde a narradora volta até sua infância e vai percorrendo sua história até o clímax da narrativa, que se complementa a cena inicial do filme.
O destaque fica para atuação da atriz Hailee Steinfeld, que consegue transmitir as angústias, traumas e inseguranças da personagem. Além disso, vale mencionar a construção de personagem, onde o filme retrata sutilmente e de forma objetiva como foi sua infância e a transição para adolescência já com um luto, devido a morte do seu pai. Nesse ponto, o filme já dá entender o abalo que causou na protagonista, visto que era seu pai o único que ela tinha uma boa relação, tendo em vista a má relação com sua mãe e irmão, de maneira que esses fatos, atrelados a personalidade excêntrica de Nadine, testificam a complexidade da adolescente.
Desse modo, misturando a complexidade de Nadine e a sensação de se sentir sozinha, após sua melhor amiga iniciar um romance com seu irmão. O filme transcorre entre os dilemas vividos pela adolescente e como ela lida de forma solitária, presunçosa e impulsiva para superá-los. Nesse sentido, o filme passa uma mensagem sobre a importância de se autoconhecer e se curar de suas feridas.
A profundidade do filme é de se destacar e admirar, porque os conflitos internos, a maneira de enxergar o mundo e sagacidade para entender perigos, mesmo diante a impulsividade. Decerto, podem ser facilmente inseridos no retrato da vida de um adulto de 30 anos. Porém, o filme surpreende por trazer tamanha profundidade na vida de uma adolescente do colegial.
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