Tendo o custo de 60.000 com um elenco de amadores, filmagem em preto e branco e um roteiro peculiar, Pi é a primeira obra a ser produzida pelo diretor americano Darren Aronofsky, marcando sua estreia no cinema. O longa contém influências do surrealismo e existencialismo, E com uma pegada de suspense psicológico a obra se dirige com questões metafísicas e o retrato cotidiano de um homem solitário.
O personagem central Max Cohen é um gênio da matemática, que passa a maior parte do seu tempo isolado dentro do seu apartamento, o mesmo evita contatos sociais e vive de analgésicos para controlar as fortes dores de cabeça que o atormentam desde a sua infância, com a companhia de suas intensas paranoias e delírios de suas questões pessoais, que se tornam cada vez mais fortes, visto que Max acredita que tudo na natureza e no mundo obtém um padrão e dentro disso ele entra numa busca para compreender o número completo de pi.
Uma vez tendo respostas para suas questões, nesse meio tempo Max é perseguido por um grupo religioso que visam obter a sequência numérica, pois acreditam que descobriam o enigma do nome real de Deus e também por pessoas ligadas a bolsa de mercado de wall street, pois tal sequência sustenta o mercado inteiro. Mas enquanto dois polos visam à obtenção da sequência para poder, seja financeiro ou religioso, por outro lado, Max crê que mais que saber a sequência numérica, a essência sobre isso está em compreender a interpretação da sequência que liga todos os segredos da vida.
O filme está longe de encantar em termos de superprodução, elenco e técnicas fotográficas, uma vez que seu forte está nos detalhes implícitos que exercitam o pensar do espectador e suas cenas intrigantes incomuns (muitas perturbadoras) para intrigar e quebrar paradigmas de qualquer espectador, que esteja aberto a assistir. Seu desfecho se encontra aberto dependendo que como ele é visto e imaginado.
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