A obra do cinema brasileiro se aproxima do Neorrealismo Italiano, que têm como características se aproximar da realidade e expressar isso mesmo que de forma simples, dentro disso nota-se a simplicidade do registro da câmera em sua fotografia, a recusa dos efeitos visuais, o retratamento dos cenários reais nas filmagens, a composição de diálogos simples, valorização de dialetos e mais notoriamente um cinema de baixo orçamento em sua produção.
E dentro dessas características citadas notamos na direção de Walter Salles e no roteiro escrito por João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein um filme que mostra bem o Brasil como ele é, seu povo e suas diversidades, mais especificamente o retrato do povo carioca e o nordestino, dentro disso as evidências ficam no registro principal do cenário da estação central do brasil que mostra a grande movimentação aceleradas das pessoas no embarque e desembarque dos trens da supervia (rede ferroviária), suas dificuldades ao frequentarem trens cheios e por vezes em situações ruins de estrutura e conforto, essas mesmas pessoas compostas por grande maioria de trabalhadores que estão constantemente na dita correria do dia a dia. Neste mesmo cenário também nota-se a composição de meninos de rua espalhados na central do brasil condição que por um momento se torna a do personagem principal: o menino josué.
Outro Cenário a se notar são as terras nordestinas e suas grandes distâncias umas para outras, mas mais interessante a expressão retratada do povo sofrido, que enfrentam muita pobreza, mas de muita fé religiosa em sua cultura. O filme evidencia o dialeto nordestino como também o carioca e traz para o espectador a realidade mais próxima dos personagens, suas angústias, suas alegrias como também seus sonhos e superações.
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